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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

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Eles são os chefes da casa

Renda de 20% das pessoas com mais de 60 anos é a principal

Mais de 20% dos aposentados brasilienses são chefes de domicílio, de acordo com a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad), realizada em 24 regiões administrativas. Isso significa que a renda das pessoas com mais de 60 anos de idade é a principal fonte de sustento das casas do DF. Águas Claras é a cidade que registra o maior percentual (39,1%) de aposentados chefiando os domicílios. Cruzeiro, Gama, Taguatinga e Sobradinho também ocupam as primeiras posições, com média de 33% de aposentados responsáveis pelos lares. De acordo com o diretor de Informações da Codeplan, Júlio Miragaya, o dado está relacionado ao mercado de trabalho do DF. “Te m o s uma predominância do funcionalismo público na economia local. A renda dos funcionários públicos aposentados é mais alta do que os salários pagos na iniciativa privada, por isso eles continuam sustentando seus lares”, explica. Para o sociólogo da Universidade de Brasília (UnB) Antônio Testa, o percentual de aposentados que sustenta os domicílios é alto. “Este é um fenômeno típico de Brasília, justamente por conta dos aposentados do setor público”, observa. Testa confirma a tese ao destacar que estes aposentados estão concentrados nas regiões de classe média. “Isso prova que eles ganha privada. Ou seja, eles conseguem manter o alto padrão de vida nessas regiões ”, completa. O aposentado Batista de Souza, 80 anos, é um retrato deste “fenômeno brasiliense”. Há 26 anos aposentado do Governo Federal, mora em Águas Claras com o neto. “A minha renda sustenta a casa. Faço as compras do mês e pago as contas de água, luz e telefone. Moramos confortavelmente”, conta. Mas ele reclama do elevado custo de vida. “Os preços dos produtos aumentam de tal forma que chega uma hora que a renda não acompanha”, afirma Batista de Souza. A aposentada Ismirna Dias, 68 anos, moradora de Águas Claras, também reclama do custo de vida. “As coisas estão tão caras que alguns aposentados são obrigados a voltar a trabalhar para complementar a renda”, diz.

TENDÊNCIA

Ismirna, que já foi profissional liberal, acredita que cada vez mais aposentados serão responsáveis pelo domicílio. “O meu salário é para o meu sustento, pois moro sozinha. Conheço outras pessoas da mesma idade que também vivem só ou sustentam a família. Acho que é uma tendência”, observa. Antônio Testa explica que o aumento de aposentados chefes de família se deve à diminuição de postos de trabalho. “Hoje em dia observamos que os jovens são os que mais sofrem com o desemprego. Em Brasília essa situação deverá ficar mais evidente por conta da estabilidade financeira que esses aposentados representam”, analisa o sociólogo. Miragaya alerta que o percentual de aposentados brasilienses responsáveis financeiramente por seus lares deverá aumentar nos próximos anos. “Isso irá acontecer porque mais funcionários estarão aposentando. São eles que sustentarão não só os domicílios do DF, mas também a economia local”, afirma.

VOLTA AO MERCADO DE TRABALHO

A pesquisa da Codeplan sobre o perfil dos chefes de domicílio no DF destaca ainda que do total de 197 mil aposentados que têm a renda como única fonte de sustento dos lares, 34% voltam ao mercado de trabalho para complementar o orçamento doméstico. Em Sobradinho II, dos 9.405 aposentados chefes de domicílio, 71,6% retornaram ao batente para ajudar no sustento da família. “Tudo isso faz parte da situação socioeconômica do DF. Podemos observar que os aposentados que são obrigados a voltar ao mercado moram em regiões mais carentes, onde provavelmente a presença de funcionários públicos é menor”, explica Júlio Miragaya, diretor da Codeplan. O estudo mostra que quando o motivo dos aposentados voltarem ao mercado de trabalho não é complementar a renda familiar é por conta do desemprego entre os adultos que moram no domicílio. Caso de Planaltina, que registra mais de 10% de aposentados de volta ao mercado devido o desemprego entre os membros da família. A cidade possui 13.437 aposentados, sendo que 9.323 deles são provedores financeiros dos lare s . A aposentada Rita Fortes, 64 anos, conta que mesmo com a renda mensal do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) continua com as atividades em seu salão de beleza. “Sustento duas filhas e sei que com o dinheiro da aposentadoria não é possível pagar todas as contas. Continuo trabalhando no meu salão de beleza e não pretendo parar tão cedo”, diz.

REAJUSTES

Rita afirma que o custo de vida elevado na capital do País contribui para a volta dos aposentados a ativa. “Vejo que cada vez mais aposentados estão optando por voltar a trabalhar. A aposentadoria não acompanha os reajustes dos produtos”, destaca. “O mercado de trabalho daqui a alguns anos não conseguirá absorver todo o número de profissionais. Os mais novos estarão competindo com os mais velhos. Será um problema para o governo”, analisa o sociólogo Antônio Testa. Alguns profissionais liberais cogitam voltar ao mercado de trabalho. Muitos entendem que a idade, hoje, não impede uma boa atuação profissional.

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