Quem são as vítimas de abandono e desrespeito? Os fortes e os poderosos? Os que pensam voar tão alto e assim são impedidos de enxergar aqueles que a míngua, lamentam a dor da exclusão? Com certeza não são estes. Os poderosos não oprimem poderosos; os fortes só desafiam aqueles que aos seus olhos são inferiores a eles.
O ser humano libertou se da escravidão em vários momentos da história, mas em muitos casos tornou-se escravo de si mesmo. De sua ganância, de sua prepotência e de sua insensatez. Quantas vozes falam de paz em discursos retóricos de beleza plástica; falam de justiça pisando sob a reputação alheia; falam de igualdade estendendo aos céus uma parte da bandeira dos direitos humanos que foi rasgada por seus súditos.
Outras falam de amor, mas esquecem que dentro de sua casa, em seu local de trabalho, embaixo do seu olhar, este sentimento já foi segregado há muito tempo. Ontem ao conversar com um senhor de 65 anos, ele me relatou: “O meu chefe grita comigo e com arrogância me manda calar a boca. Na frente de muitos sou humilhado”. Por que ninguém é capaz de sair em sua defesa! Porque são todos parte da mesma escravidão.
Afinal, se ele pedir demissão para vencer o desrespeito e a exclusão, que diferença fará? Amanhã existirá outro escravo para ocupar o seu lugar. As escrituras alertam aqueles que desprezam o pobre, para afronta que fazem ao Criador. Ninguém sabe do dia de amanhã.
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